Bagunça #19 - Movimento de Mulheres Olga Benário

 Iniciaram os debates em torno da I Jornadas Emancipatórias Beatriz Cristina de Souza Raphael na E.E. Prof. Cândido de Moura. Essas ações estão sendo realizadas pelo podcast BAGUNÇA em parceria com o Grêmio Estudantil Juventude em Luta. O objetivo das atividades inseridas nas Jornadas é promover o debate e a reflexão sobre temas como gênero, emancipação das mulheres, questões étnico/raciais, resistência e luta dos povos indígenas, etc... O nome escolhido para as Jornadas Emancipatórias é em homenagem e em memória da Beatriz Cristina, ex aluna da escola, que em dezembro de 2021 foi brutalmente assassinada por um homem da sua família. Diante, desse e de tantos outros casos relacionados ao  feminicídio  e a violência contra a mulher, foi proposto pelos secundaristas construir essas Jornadas Emancipatórias.

A primeira atividade apresentada foi presença das camaradas Maria Clara e Tainá, integrantes do Movimento Mulheres Olga Benário de Campinas (SP). As meninas nos contemplaram com uma brilhante entrevista/aula sobre o histórico e atuação do coletivo e sua organização na cidade de Campinas. O Movimento Mulheres Olga Benario atua politicamente em todo território nacional. Outra questão trazida pelas nossas convidadas foram as violências contra as mulheres no sistema capitalista. As militantes relacionaram como o capitalismo, esse sistema político, econômico e cultural baseado na propriedade privada e no antagonismo de classe se apropria do patriarcado, um sistema milenar de dominação dos homens sobre as mulheres para se auto alimentar e estabelecer sua lógica de acumulação ( lucro). Além disso, as integrantes do movimento de mulheres compartilharam conosco sobre a recente ocupação de uma casa abandonada para a criação de um espaço de apoio para mulheres em situação de violência. O espaço presta de forma gratuita apoio jurídico e psicólogico. As camaradas fizeram questão de enfatizar que essa ação não é para cumprir o papel do Estado mas, sim, denunciar o descaso e a completa ausência de políticas públicas para as mulheres em situação de vulnerabilidade e vítimas de diversas opressões e violências. As mulheres da ocupação vem sofrendo ameaças e hostilidades de grupos fascistas da cidade. Além disso, receberam uma liminar de despejo que, rapidamente, foi derrubada. Bem, a resistência e luta continua.